Comentário sobre os capítulos I, II, V, IX e XVII do romance-rapsódia brasileiro: Macunaima.
Considerada por críticos uma rapsódia, a obra Macunaíma o Herói sem Nenhum Caráter, foi escrita sob a ótica cômica, incluindo histórias brasileiras, aspectos da vida urbana e rural, com personagens reais e fictícios, com a feitiçaria, o erotismo e o surrealismo. O protagonista Macunaíma representa a nação brasileira. A obra aproxima-se com o gênero épico por ser uma historia que utiliza a linguagem popular e oral das varias regiões do Brasil. Como a Ilíada e a Odisséia de Homero, que também reúnem narrativas orais, tradições folclóricas de todo um povo. Uma diferença, por exemplo, de Macunaíma e Ulisses de Homero é a diferença dos heróis. Na epopéia “O homem dos grandes gêneros distanciados é o homem de um passado absoluto e de uma representação longínqua. Como tal, ele é inteiramente perfeito e terminado.” (BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e de Estética – A Teoria do Romance. 1990, p. 423). Ulisses, herói da guerra de Troia faz sua odisséia para voltar a Ítaca. Enfrenta vários problemas como um herói astucioso, um guerreiro perfeito, que no final, conquista seu objetivo. Já Macunaíma desde pequeno revelava-se como um sujeito preguiçoso, malandro, esperto, traiçoeiro. Ainda menino “brincava” com a mulher de seu irmão Jiguê. Nas relações amorosas transformava-se em príncipe, e assim inicia-se um processo de metamorfoses constantes na narrativa. De tanto aprontar, Macunaíma filho do “silêncio” e do “medo da noite” foi abandonado por sua mãe no meio do mato. Na tentativa de voltar para casa, pede ajuda ao Curupira que tenta aplicar um golpe no herói, que por preguiça não seguiu a ordem do Curupira e se safou. Mas topou com cotia que ouviu o herói se gabar por ter enganado o Curupira e jogou uma calda envenenada de mandioca que fez Macunaíma