Comentário escrito a schleiermacher
A hermenêutica das ciências do espírito, inciada com Friederich Schleiermacher teve, com efeito, consciência dos limites da moderna concepção do homem ao elevar em primeiro plano do pensamento filosófico a questão da historicidade, da alteridade e singularidade concreta do indivíduo, nunca pensada pela tradição. Segundo Schleiermacher, a linguagem é o modo de pensamento efectivo. Não há pensamentos sem discurso; é impossível pensar sem palavras.
Na citação em análise, Schleiermacher tem como ideia principal a linguagem, único pressuposto da hermenêutica e, os restants pressupostos, tanto objectivos como subjectivos, devem ser encontrados a partir da língua. No seguimento desta ideia, Schleiermacher afirma que o importante é captar o sentido do discurso, discurso através do qual chegamos a um dos vectores fundamentais na Hermenêutica de Scheleiermacher: a linguagem. Toda a produção de expressão humana se situa num horizonte linguístico. Para Schleiermacher torna-se imprescindível a “inseparabilidade entre pensamento e a linguagem”, sendo esta a própria fonte de relatividade do pensamento. Contudo, nesta análise, Schleiermacher depara-se com o problema da relação entre as duas formas de interpretação: a interpretação gramatical e interpretação técnica. A primeira (i.g.) apoia-se no discurso (linguagem) comum a uma cultura; a segunda (i.t.) foca-se na singularidade e genialidade da mensagem do autor/escritor. A interpreteção gramatical é objectiva, pois versa os caracteres linguísticos do autor, mas também negativa, pois indica simplesmente os limites