Comentário crítico levando em consideração a estrutura estilística conforme as propostas expostas por Nelly Coelho do livro de literatura infantil contemporâneo Dona Baratinha de Ana Maria Machado

1611 palavras 7 páginas
Comentário crítico levando em consideração a estrutura estilística conforme as propostas expostas por Nelly Coelho do livro de literatura infantil contemporâneo Dona Baratinha de Ana Maria Machado

Dona Baratinha é um clássico da literatura infantil moderna, escrito por Ana Maria Machado e ilustrado por Maria Eugênia.
O livro conta a saga de Dona Baratinha, que depois de encontrar uma moedinha e achar que ficou rica resolveu encontrar um noivo para se casar. Após muito procurar e recusar vários noivos, Dona Baratinha finalmente encontrou seu par perfeito, o senhor rato, e começou a preparar a cerimônia do seu casamento.
A reescrita do conto Dona Baratinha pela escritora Ana Maria Machado mostra o processo de apropriação e aclimatação pelos quais a autora incorpora elementos da cultura e da sociedade brasileira dos anos 90. A partir da reconstrução da personagem feminina da Dona Baratinha, a autora compõe uma nova imagem da mulher que rompe com a imagem veiculada pelo conto tradicional. Em Dona Baratinha, Ana Maria Machado adapta o conto e contextualiza-o no Brasil dos anos 90, ou seja, em uma sociedade em plena mutação dentro de um país em desenvolvimento, aberto as mudanças do século XX, mas paradoxalmente apegado a valores tradicionais como o casamento, a religião. Se, por um lado, a mulher brasileira dos anos 90 é uma mulher moderna, que trabalha, tem poder financeiro e legitimidade social para tomar decisões, Dona Baratinha é a representante desta sociedade, representando a mulher independente e senhora de si, livre para dirigir sua vida. Entretanto, carrega a herança de gerações anteriores, ou seja, a visão de que a mulher para se realizar e ser feliz tem obrigatoriamente que se casar e constituir uma família.
A versão do conto por Ana Maria Machado guarda a estrutura original da narração, um narrador na terceira pessoa. O conto inicia-se com a célebre frase: “Era uma vez”, frase esta que estabelece o contrato com o maravilhoso. A personagem

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