COM Monique Rangel
Cinema documentário da década de 1980: Cabra marcado para morrer
Aluno: Monique Rangel
Orientadora: Andréa França
Introdução
No período marcado pela abertura política, depois de 21 anos de ditadura civilmilitar, diversos filmes têm como temática o período repressivo e violento da ditadura na vida cotidiana e política da sociedade brasileira. O foco da pesquisa está em filmes como “Cabra marcado para morrer” (1984), de Eduardo
Coutinho; “Jango” (1984) de Sílvio Tendler; “Que bom te ver viva” (1989) de
Lucia Murat; “Jânio a 24 quadros” (1981) de Luís Alberto Pereira; e “Céu aberto” (1985), de João Batista de Andrade que trabalham com imagens de arquivo dos anos da ditadura. Neste primeiro momento foi analisado “Cabra
Marcado para Morrer”, resumido pela revista Veja, de 26 de dezembro de 1984, na matéria “Uma safra de clássicos”, “como um emocionado relato da saga de uma família camponesa no Nordeste, destroçada pela política, e resgatada vinte anos depois”.
Para a pesquisa foram analisados arquivos de jornais e revista da época além do próprio filme que, como sabemos, possui uma imensa fortuna crítica (muitos artigos, livros, teses acadêmicas).
O cinema como reconstrução de um tempo de luta e repressão
O mundo que “Cabra marcado para morrer“ traz para a tela representa um momento histórico único, abordado a partir da visão de quem esteve (e ainda está) fora do status quo da sociedade brasileira.
“No começo da década de 60, o país atravessava uma profunda agitação política. Depois da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, assumiu
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Departamento de Comunicação Social seu vice, João Goulart (Jango), um homem de convicções esquerdistas para a então política brasileira.
Faziam parte de seus planos as reformas de base, que pretendiam reduzir as desigualdades sociais brasileiras. Entre estas, estavam as reformas bancária, eleitoral, universitária e agrária.” (UOL Educação)
É nessa época que começa a saga de “Cabra Marcado para