coloração de ziehl neelsen
Há bactérias que são resistentes à coloração, mas que uma vez coradas vão resistir fortemente à descoloração, mesmo por ácidos fortes diluídos e álcool absoluto. Às bactérias que possuem esta propriedade dizemos que são ácido-álcool resistente (géneros Mycobacterium e Nocardia). Esta característica é devida ao elevado teor de lipídios estruturais (ex. ácido micólico) na parede celular destas bactérias, que provoca uma grande hidrofobicidade, dificultando a ação dos mordentes e diferenciadores de corantes aquosos. O gênero Mycobacterium constitui um grupo que causa doenças no homem e nos animais superiores. No homem essas doenças variam de infecções superficiais até a tuberculose. As micobactérias são microrganismos encontrados com facilidade no meio ambiente, com exceção do Mycobacterium tuberculosis e M. leprae. Podem sobreviver por longos períodos no solo, pois produzem esporos. Apresentam-se como bacilos longos, delgados, retos ou ligeiramente encurvados, imóveis e aeróbios estritos. Apresentam crescimento lento e alto conteúdo lipídico (ácidos micólicos) na parede celular. Esses lipídios são os responsáveis pela estabilidade ácida. A coloração de Zehl-Neelsen foi desenvolvida em 1882 por Franz Ziehl e Friedrich Neelsen. O método permite identificar os microrganismos que possuem paredes celulares, ricas em ácido micólico, capazes de resistir ao descoramento pela mistura álcool-ácido, depois de coradas a quente pela fucsina. Na prática, a coloração de Ziehl-Neelsen é utilizada para diferenciar os dois grupos de bactérias: álcool-ácido resistente (géneros Mycobacterium e Nocardia) e não álcool-ácido resistente.
PROCEDIMENTO
a. Preparar um esfregaço homogêneo, delgado e identificado em uma lâmina nova desengordurada, limpa e seca;
b. Deixar secar a temperatura ambiente;
c. Fixar o material do esfregaço passando 3 a 4 vezes pela chama;
d. cobrir o esfregaço com fucsina;
e. Aquecer em chama até emitir vapores. A partir disto, iniciar a