Colombo e os índios - todorov
Todorov busca, nesse capitulo interpretar Colombo a partir de sua mentalidade, foco de sua ação. Para o autor o mundo de Colombo está fragmentado em duas esferas: a natural, a divina e a humana. Estas três esferas impulsionam o desejo da conquista, ou seja, na esfera humana Colombo objetivava a riqueza; na esfera divina a propagação do catolicismo e libertação da Terra Santa; e, por último, na esfera natural a contemplação da natureza. Assim, Colombo se manifestará de forma diferente conforme se dirige a Deus ou aos homens. Entretanto uma observação deve ser feita: diferentemente de nós onde os únicos intercâmbios possíveis são os com os homens e com a natureza, Colombo relaciona-se com Deus como se houvesse um diálogo. Isso sem dúvida condicionará suas interpretações ao chegar na América, ou melhor, nas Índias, segundo indicações divinas.
O que caracteriza Colombo não é sua fé cristã, mas sua fé. A impressão que temos é que se Colombo fosse Judeu ou muçulmano agiria da mesma forma. Assim, Colombo não se detém aos dogmas cristãos, mas interpreta o mundo como um hermeneuta. Dentre as crenças que permeiam o imaginário de Colombo a referente ao paraíso terrestre é a que mais o empolga. Acreditando nas crônicas medievais ele acredita que o paraíso terrestre situa-se no oriente, em uma região temperada ao extremo. Para Colombo a terras não seria simplesmente redonda como uma laranja, mas tinha o formato de uma pêra sob a qual repousava uma haste, ponto mais alto da terra, onde se encontra o paraíso terrestre. A partir desse dado podemos perceber que as crenças de Colombo permeavam suas interpretações. Colombo pautava suas interpretações nos argumentos das autoridades mais do que na experiência. Assim, fundamentava-se na opinião dos ditos santos e sábios teólogos. Isso faz Todorov concluir que as interpretações de Colombo são finalistas, ou seja, a partir dos parecer das autoridades Colombo chega a conclusão. A experiência empírica