Colocação Pronominal
Próclise, ênclise e mesóclise são fenômenos do português que se caracterizam pelo fato de nenhuma palavra ocorrer entre os pronomes oblíquos átonos e o verbo. São três as posições relativas do pronome em relação ao verbo:
1. Próclise pronome + adverbio + verbo
Exemplos:
…me observou…
…me observa…
…me observará…
…me observaria…
…me observando…
2. Ênclise verbo + pronome
Exemplos:
…observou-me…
…observa-me…
3. Mesóclise início do verbo + pronome + terminação verbal
Exemplos:
…observar-me-á…
…observar-me-ia…
Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio e dos tempos futuro [fará, dirá, verá] e futuro do pretérito [faria, diria, veria], permitem também ênclise. Somente os tempos futuro e futuro do pretérito permitem mesóclise.
Formas Verbais e Posições Clíticas Permitidas
Particípio Futuro Fut. do Pretérito Demais Formas
Próclise permite permite permite permite
Ênclise não permite não permite não permite permite
Mesóclise não permite permite permite não permite
O português falado no Brasil e em Portugal é diferente quanto às preferências por posições clíticas quando se trata de ocasiões informais pois, na liguagem coloquial opta-se mais frequentemente por próclise independente da posição do grupo/sintagma/locução verbal (pronome e verbo) na oração. Em ocasiões formais, como na redação de documentos oficiais, o uso da próclise observa as mesmas regras gramaticais do português de Portugal. Em Portugal, dependendo da posição do grupo verbal na oração, opta-se ou não pela próclise.
Português falado no Brasil - Ocasiões informais
Me diz quem tem razão.
Te vi na rua.
Português falado em Portugal - E português do Brasil para ocasiões formais
Diz-me quem tem razão.
Vi-te na rua.
As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala (mensagens