Coleta seletiva
Neste contexto, a visão de meio ambiente se reduziu a uma função utilitária de curto prazo (período de vida de um ser humano), resumindo a vida humana apenas à capacidade de acumular e trocar bens materiais, simbolizando a sua prosperidade (FIGUEIREDO, 1995; GADOTTI, 2000). O ato de consumir passou a ser preponderante e comum na vida das pessoas, e, por conseguinte, o próprio aprimoramento das relações da sociedade passou a ser avaliado através da elevação dos níveis de consumos dos seus indivíduos (CINQUETTI, 2006). Segundo este mesmo autor, o consumo moderno consiste também na diversidade e atualização dos produtos e, consequentemente, em maiores proporções de descartabilidade. Os padrões das relações sociais não podem permitir que a sua perfeição, ou alta qualidade, seja maior do que a capacidade de suporte que os recursos do planeta podem oferecer. É necessário que os seres humanos se identifiquem com um mundo que é formado por milhares de componentes interdependentes, e que constantemente estão ameaçados pelo indivíduo. Indivíduo este que desenvolve um mecanismo de defesa para esta realidade criando um confortável “estado de alienação” (TALK et al., 1995. P.50).
Estas visões holísticas necessitam ser compreendidas devido aos diferentes usos do meio ambiente feito de forma abusiva, e que ocasionam problemas de ordem social e natural (CARVALHO, 1998). Pesquisas e estratégias para a inclusão e retirada de produtos no mercado são desenvolvidas pelas empresas, tornando a substituição das mercadorias um ciclo vicioso da população. Chamamos esta estratégia de “obsolescência programada”, devido à dinâmica voraz entre produto-resíduo, resultado de uma fraca relação entre a utilidade do produto consumido e a sua motivação