Colestase Neonatal
COLESTASE NEONATAL ou do LACTENTE
Adriana T. de A. Taveira
Regina Sawamura
Maria Inez Machado Fernandes
ICTERÍCIA NEONATAL
A icterícia , no período pós-natal imediato , é , com maior freqüência, secundária a um atraso na maturação da bilirrubina-uridina-difosfato-glicuronosiltransferase (UGT) hepática, enzima responsável pela conjugação da bilirrubina, condição chamada de "icterícia fisiológica". A hiperbilirrubinemia indireta desses lactentes melhora em torno do final da primeira semana de vida, quando a UGT torna-se plenamente funcional. Uma segunda causa frequente de icterícia neonatal, em decorrência de hiperbilirrubinemia indireta, é a icterícia relacionada ao leite materno, uma condição benigna observada em 2,4% a 15% dos recém-nascidos. Em geral, nessa situação, a icterícia inicia-se na segunda semana de vida e pode persistir além da décima semana, nos lactentes em aleitamento materno exclusivo. A patogênese desse processo não é claramente compreendida, mas a concentração elevada de pregnane-3(α),20(β)-diol, a atividade da lipase e/ou a p-glicuronidase em algumas amostras de leite podem exercer um papel na elevação persistente da bilirrubina indireta. Outras causas menos comuns de hiperbilirrubinemia indireta resultam de mutações genéticas no gene da UGT. O fenótipo mais grave é a síndrome de Crigler-Najjar (CN), que resulta da glicuronidação ineficiente da bilirrubina. A síndrome de CN pode apresentar-se de duas formas, que apresentam diferentes graus de hiperbilirrubinemia. Os pacientes portadores de CN tipo I evoluem com hiperbilirrubinemia grave, enquanto as formas mais leves são observadas nos pacientes com CN tipo II, bem como na síndrome de Gilbert. O defeito genético observado na síndrome de Crigler-Najjar tipo II parece diminuir a glicuronidação da bilirrubina e do fenol, por meio da redução da ligação da bilirrubina a UGT1, deixando outras isoformas da UGT codificadas pelo lócus do gene UGT não afetadas. O impacto dessa