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A RAINHA DOS REIS
69-30 AC
Para reviver a glória dos faraós do Egito, ela seduziu os dois mais poderosos chefes romanos de seu tempo. Um terceiro a derrotou.
Ano 51 a.C. Cleópatra, aos 18 anos, torna-se rainha do Egito com a morte de seu pai Ptolomeu XII. É provável que os oráculos profetizassem que a jovem ambiciosa, meio grega, meio macedônica, estava destinada a interferir nos meandros da História. Mas tudo que Cleópatra queria era manter-se no poder. O Egito, celeiro do mundo ocidental e uma das nações mais ricas do Mediterrâneo, representava um troféu muito cobiçado pelos inquietos romanos; afinal, uma centena de anos antes eles haviam começado sua expansão para o Oriente. Mais de uma vez falara-se em anexação e o próprio pai de Cleópatra só conseguiu manter-se no trono distribuindo subornos. Assim, a rainha ainda adolescente sabia muito bem que o caminho para a permanência no poder passava por Roma — e seus governantes. Tornou-se amante e aliada de Júlio César (100-44 a.C.), o primeiro ditador romano. Mais tarde, conquistou as atenções de seu sucessor, Marco Antônio (82 ou 81-30 a.C.).
A história desses romances, misto de desejo e jogo de interesses, repercutiria intensamente na política romana, que passava por um período crucial. A República, implantada em 509 a.C., agonizava em meio à guerra civil. Os generais mais ricos, que podiam pagar seus exércitos, procuravam obter o poder para si. Nesse tabuleiro de xadrez Cleópatra manobra com habilidade. Num mundo em que os negócios do Estado estavam nas mãos dos homens, ela usou a sedução para vencer como estadista. A personagem Cleópatra, na maioria dos livros de História, encarna como nenhuma outra mulher da Antigüidade o papel de irresistível sedutora. Mas esta é uma visão deformada. Cleópatra foi uma administradora competente, uma mulher culta, que além do mais devia ter consideráveis dotes eróticos. Apostou na sua estratégia e perdeu. E a História não costuma ter complacência com os