COLE 1376
CARÁTER GENEALÓGICO
DOUGLAS ROSSI RAMOS (UNESP).
Resumo
A escola é uma instituição secular cujo papel de formação e de transferência de saber baseia–se em técnicas particulares de governo e seu desenvolvimento pode ser traçado historicamente. Para Foucault, a atividade genealógica exige a busca da singularidade dos acontecimentos, ou seja, requer o entendimento da emergência e proveniência de um determinado saber, daquilo que é singular, contingente. O presente trabalho tem o intuito de realizar um estudo, de caráter genealógico, das práticas punitivas e de controle na escola, dando enfoque, mais especificamente, às instituições escolares brasileiras. Para tanto, baseado no estudo Genealógico do filósofo francês Michel Foucault e sob o auxílio de fontes documentais diversas, foram pesquisados dois eixos específicos: as práticas de sanção e punição dentro da instituição escolar e o controle no fluxo de entrada e saída dos indivíduos na escola, por meio de cercados e muros. Trata–se nesta análise de ativar os saberes locais não legitimados pelo discurso verdadeiro ou científico e que são constantemente ordenados, classificados, hierarquizados e depurados em detrimento dos diversos saberes a este associados. Tal proposta mostra–se relevante por trazer elementos de auxílio ao entendimento da “forma educando” na atualidade, bem como por servir de instrumento para a reflexão de possíveis transformações nas relações destes sujeitos.
Palavras-chave:
Educação, Controle, Práticas punitivas.
Introdução
A pesquisa genealógica tem como proposta produzir rupturas na lógica da linearidade histórica, no desenvolvimento e na comensurabilidade que marcaram a racionalidade científica moderna. Foucault afirma que a genealogia não se opõe à
História, mas à pesquisa de origem. A genealogia em contraponto à atividade histórica tradicional coloca a proveniência no lugar da origem; o acaso da luta no lugar da linearidade e da