coladeira
A coladeira, koladera em crioulo, é um género musical e de dança de Cabo Verde, que terá surgido, entre as décadas de 20 e 50 do século XX nas noites de Mindelo, Ilha de São Vicente, nos antigos bailes ao som de grupos de «pau e corda», mais tarde guitarras, cavaquinho, violino, quando a dado momento das noites de festa, a sonoridade melancólica da morna sentia-se monótona.
Os músicos, por essa altura (a pedido dos convivas), passam então a tocar no «contratempo» e logo a mudança de compasso, do quaternário para o binário que leva os pares a dançar com mais rapidez e vivacidade, reavivando a chama da festa e envolvendo a sala numa onda de animação pela noite fora ao som de um ritmo que é– como disse Manuel Ferreira, escritor português, em "Aventura Crioula" -, «Tão vivo e excitante (…) que a nossa participação é toda física», quanto a nós, muito por causa da maneira específica de dedilhar as cordas de um violão que num bom crioulo de Cabo Verde é chamado de «monzada»; articulação de um baixo (executado com o polegar, marcando a acentuação do ritmo) com acordes (executados com os outros dedos, ritmicamente).
Os registos populares, apontam para o surgimento de um novo género musical nos anos 30 quando o compositor Anton’ Tchitch’ teria acelerado voluntariamente o andamento de uma morna. Alguém no público - humorado à moda de S. Vicente -, teria gritado enquanto acertava o passo, «já Bocê vrál n’ um koladêra!».
Posto isto, tecnicamente, a coladeira teria então surgido da divisão das figuras da morna para metade da sua duração, através da aceleração do andamento.
Temática
Geralmente, os temas mais abordados pela coladeira são sátiras, críticas sociais, relatos jocosos e temas alegres e lúdicos, que segundo C. Gonçalves , eram os temas originais da morna da Boa Vista. Testemunho da época, registam que, depois da mudança de temas na passagem da morna da Boa Vista para a