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Antonio Waldo Zuardi
Introdução
A primeira evidência experimental do estresse foi conduzida na Universidade
McGill, no Canadá, por Hans Selye, um endocrinologista, nascido na antiga ÁustriaHungria. Procurando novos hormônios na placenta, injetou um extrato da mesma, por via intraperitoneal em ratos, verificando uma série de alterações. Estas, no entanto, não puderam ser atribuídas aos efeitos desse extrato, uma vez que os animais controles, injetados com placebo, tiveram as mesmas alterações. Selye sugeriu a hipótese de que a manipulação e/ou a injeção pudesse ser responsável pelas alterações encontradas. Para testar essa hipótese expôs os animais a uma série de estímulos diversos, que incluíam: frio, injuria tecidual, excesso de exercícios e intoxicações, observando os mesmos achados, independente do estímulo utilizado.
Concluiu que se tratava de uma “reação geral de alarme” a situações críticas e que representava um esforço do organismo para adaptar-se à nova condição passando a chamá-la então de “síndrome de adaptação geral”. Esta síndrome caracterizava-se por: hipertrofia das glândulas adrenais, úlceras gástricas e uma diminuição no tamanho do timo, baço e gânglios linfáticos.
Esses resultados foram publicados em 1936 na revista Nature1. Na carta inicial ao editor da revista, Selye usou o termo “stress”, mas foi solicitado a substituir, na publicação, esse termo por “reação de alarme”. O termo “stress” já era usado pela física desde 1658, referindo-se à força que produz uma deformação num material. Este termo acabou sendo consagrado e se manteve, basicamente, o mesmo nas mais diversas línguas, pela ausência de uma tradução adequada2.
O estresse pode ser definido como um estado antecipado ou real de ameaça ao equilíbrio do organismo e a reação do mesmo, que visa restabelecer o equilíbrio através de um complexo conjunto de respostas fisiológicas e comportamentais. A manutenção deste