Coerencia e coesao
Introdução: os Conselhos Evangélicos são convites, contidos no Evangelho, à deixar os bens terrenos relativos e melhor aproximar de Deus e seu Reino. O cumprimento dos conselhos, pois, encontra seu sentido primeiro no seguimento de Cristo e seu Reino.
Entre as normas de vida deixadas por Jesus, umas são obrigatórias, outras são recomendadas como meios eficazes para atingir uma perfeição mais alta. As primeiras são os mandamentos, as outras são conselhos. Assim, pobreza voluntária, castidade perpétua e obediência perfeita, são conselhos à serem assumidos voluntariamente, na liberdade e com consciência.
O Evangelho: Jesus aconselhou a castidade perpétua, a pobreza voluntária, a obediência perfeita (Mt 19,12; Mc 10,21; Fl 2,8). Os Apóstolos também viveram e recomendaram os conselhos evangélicos (Fl 2,7-8; 2Cor 8,9; Hb 10,5-7; At 4,34-35; 5,29).
Os Santos Padres: nos séculos II e III encontramos muitos Padres (pais da fé, primeiros teólogos) que falam de muitos cristãos que, por amor de Cristo, viviam em perfeita continência. Aos poucos foram surgindo os ascetas que, apartando-se da família, passaram a viver isolados em busca de maior perfeição espiritual. Surgiram, depois, os mosteiros (monaquismo cristão) e os institutos de vida religiosa masculina e feminina. À virgindade consagrada, muitos padres dedicaram extensas obras, elogiando a atitude dos cristãos. Eles não aceitaram, entretanto, atitudes radicais e exageradas que pregavam a virgindade obrigatória para todos os cristãos (enkratistas).
Desde a teologia escolástica se ensina que os conselhos evangélicos conduzem a Cristo de modo mais direto. São Boaventura dizia que é mais fácil o seguimento de Cristo pela observância dos conselhos evangélicos. Dizia: “mediante a mortificação da carne contra a concupiscência da carne; mediante a renúncia dos bens temporais contra a concupiscência dos olhos; mediante a renúncia da própria vontade contra a soberba da vida”. Santo Tomás de Aquino diz que os