COCAÍNA, CRACK, ANFETAMINA E METANFETAMINA
METANFETAMINA
Alessandro Alves
“Eu não cheiro, não fumo. Só estou bebendo. Pelo menos uma cervejinha, né?”
Cássia Eller, no último ensaio com a banda, realizado no dia anterior à sua morte.
COCAÍNA E CRACK
Um pouco de história
A cocaína é consumida há milhares de anos pelos povos pré-colombianos. No século XIX ganhou popularidade na Europa na composição de vinhos e tônicos (o mais famoso persiste até hoje e chama-se
Coca-Cola). Fabricantes de medicamentos patenteados, tónicos e refrescos produziram uma pletora de produtos que continham cocaína, desde cremes e pós nasais a supositórios. Estes medicamentos alegavam curar uma lista de doenças, incluindo alcoolismo, asma, gripes, eczemas, neuralgias, dependência de morfina e doenças sexualmente transmissíveis. Torna-se então popular
no Peru e sua produção se espalha por outros países da América do Sul.
Entre 1900 a 1920, uma série de reportagens na mídia americana associava a cocaína a crimes hediondos cometidos por negros. A cocaína passou a ser estigmatizada nos EUA por sua associação a trabalhadores pobres de minorias étnicas. Eles cheiravam cocaína porque não podiam comprar seringas, o que os distinguia no uso da droga dos médicos, advogados e classes média e alta, que injetavam a droga. A cocaína passou a ser acusada de ser um “potente incentivo para que negros humildes em todo o país cometam crimes anormais”. Em função dos relatos de dependência e dos efeitos indesejáveis, passou a ser proibida.
Todos estes fatos, no início do século passado, lançam bases para uma reforma legislativa nos EUA, que culminou com a criminalização da substância. O
Harrison Narcotics Act de 1914 restringiu significativamente a disponibilidade da coca e cocaína, proibindo o uso da droga em medicamentos patenteados. A combinação de propaganda adversa da substância e de legislação específica removeram a áurea de respeitabilidade da droga. Com a proibição,
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