Cocaina
A cocaína é pouco utilizada como fármaco-medicamento, sendo atualmente raramente usada como anestésico local em cirurgias oculares, nasais e da garganta, porque pode provocar arritmias cardíacas devido à interação com os canais de potássio (embora a ação anestésica seja devido ao bloqueio dos canais de sódio), além de provocar hipertensão arterial, excitação, convulsões e dependência.
Derivada da Erythroxylon coca, o cloridrato de cocaína tem sido utilizado juntamente com o bicarbonato de sódio devido ao baixo preço deste, formando o crack, entretanto, a dependência tem sido produzida com maior rapidez.
A euforia provocada pela cocaína, que dura apenas alguns minutos, é um dos motivos que incentivam os usuários que, muitas vezes, não sabem dos efeitos posteriores que levam à depressão e ao anseio por mais cocaína, levando-os a administrar a droga durante vários dias sem se alimentar, devido à perda de controle do indivíduo, descaso por todas as atividades construtivas, comportamento paranoico com alucinações; em muitos a ocorrência de distúrbios esquizofrênicos, sendo que na intoxicação aguda pode ocorrer acidente vascular cerebral, coma, vasculite intracraniana, infarto do miocárdio e morte súbita.
A ulceração ou perfuração do septo nasal tem incidência elevada em usuários que utilizam a cocaína intranasal, assim como a contaminação por HIV é frequente em usuários da droga, associada ou não à heroína, por via parenteral.
A dependência à cocaína entre as gestantes aumentou atualmente, causando complicações nas crianças, por exemplo: retardo do crescimento intrauterino, microcefalia, hemorragia intracraniana, anomalias do trato gastrintestinal e renal, retardo do desenvolvimento juntamente com convulsões.
Mecanismo de ação
A cocaína é um inibidor da enzima MAO (monoamina oxidase), da recaptação e estimulante da liberação de noradrenalina e dopamina, existentes nos neurônios. A dopamina e a noradrenalina são neurotransmissores cerebrais que são