Co dependência
Considero relevante escrever sobre este tema, não só por ele prevalecer nas discussões atuais, como para evitar que pais e educadores perpetuem o mesmo ciclo de abusos e interação familiar disfuncional que geram filhos co-dependentes ou portadores de outras doenças.
Minha prática clínica revela como a aplicação de Técnicas de Educação Disfuncionais e um ambiente familiar contaminado pelo alcoolismo e outras desordens compulsivas podem comprometer o desenvolvimento humano e favorecer o surgimento de doenças, mais enfaticamente desta de que trato aqui, a Co-dependência.
Infelizmente, muitas famílias estão imersas em situações problemáticas, mas preferem a acomodação à transformação. Afinal, transformação requer trabalho árduo e gera desconforto. Muitas vezes conviver com um problema conhecido é mais fácil. A negação do problema é uma forma de manter a doença, evitar os sentimentos de ansiedade, medo, culpa, e preservar a homeostase familiar.
Inicialmente, acreditava-se que as raízes da Co-dependência estavam relacionadas às experiências de abuso da infância e à maneira como fomos afetados pela convivência com pessoas viciadas em álcool ou com outras desordens compulsivas.
A convivência com alguém doente e fora de controle por causa da dependência química parecia determinar os sentimentos (vergonha, medo, raiva, dor) e comportamentos dos outros membros da família. O membro viciado tornava-se o foco principal da família, mobilizando os demais para assumir seus cuidados de maneira compulsiva. Na verdade, codependentes e dependentes químicos apresentam condições físicas e emocionais similares - um é viciado em drogas, o outro, em relacionamentos obsessivos.
Porém em alguns casos, observou-se que, quando os alcoólatras ficam curados, o comportamento co-dependente da família permanece e às vezes até se intensifica. Então, passou-se a suspeitar que as causas ocultas dessa doença antecedessem o