Clínica e reforma psiquiátrica
Pós-Graduação em Saúde Mental e Coletiva
Daniela Azevedo Andrade
Saúde: uma perspectiva contemporânea
Carla Fernandes
Sobre duas proposições relacionadas à clínica e à reforma psiquiátrica
AMARANTE, P. - “Sobre duas proposições relacionadas à clínica e à reforma psiquiátrica” in: Quinet, A. (org) – Psicanálise e Psiquiatria – controvérsias e convergências, Rio de Janeiro: Ed. Rios Ambiciosos, 2001.
O texto em questão aborda sobre o lugar da clínica na reforma da assistência psiquiátrica brasileira. As duas proposições que o autor coloca são: a primeira coloca a reforma da assistência psiquiátrica como apenas uma reestruturação no modelo de assistência psiquiátrica e a segunda que afirma que tal reforma, dentro da visão Basagliana, a qual teve forte influência no Brasil, descuidou-se da clínica tratando exclusivamente apenas das transformações sociais.
Para isso o autor na intenção de desenvolver uma noção de Reforma Psiquiátrica mais ampla e complexa do que simplesmente uma reforma administrativa ou técnica, cita que dimensões diferentes em jogo no cerne do processo da reforma. São elas: epistemológica que se refere à questão teórico-conceitual que produz conhecimento; técnica assistencial que alude sobre a forma de tratamento; jurídica-política que diz respeito sobre cidadania; cultural que se refere ao lugar social o qual a loucura ocupa; estratégica que é o conjunto de intervenções utilizadas na ação da reforma.
Durante séculos as dimensões acima citadas levaram os sujeitos que sofrem transtornos mentais a serem privados de si mesmos. Para entender melhor é preciso pesquisar as questões históricas que deram esse lugar a loucura.
Com o fim do Feudalismo a sociedade precisava de uma nova forma de organização. Porém o Estado se deparou com uma população que não se enquadrava nos moldes de uma nova cultura. Assim surgem as instituições, onde as pessoas que não se adequavam a essa nova ordem eram internadas (JORGE,