Clínica Ampliada e Compartilhada
Os grandes filósofos da antiguidade tinham um vasto conhecimento. As informações eram interligadas, uma complementava a outra. No entanto, com o surgimento de novos saberes, o aprofundamento das técnicas, o conhecimento foi sendo dividido, classificado. Hoje se sabe muito sobre pouco, e não há mais o interesse em saber um pouco de muito. As divisões existem para facilitar a vida das pessoas, mas se elas perderem a conexão com sua gênese, ou seja, a conexão entre elas mesmas, elas ficarão incompletas e ineficientes. Na saúde, o impacto das divisões é direto. A clínica ampliada vem constituir uma forma de articular esses conhecimentos e incluir os diferentes enfoques dentro das disciplinas. Protocolos são criados o tempo todo para padronizar e universalizar as doenças e tratamentos, e cada disciplina defende a sua tese. Por exemplo, para o dermatologista, levar sol entre 10h e 12h é um perigo, mas para o endocrinologista é o melhor horário, devido à produção de vitamina D. Se há variações dentro da própria medicina, por que não haveria variações entre os pacientes e suas doenças? A reflexão trazida pela clínica ampliada é justamente a proposta de considerar não apenas o que é “igual” entre os portadores de uma mesma doença, apenas para diagnóstico, e sim o que é “diferente”, pois a diferença é o que vai interferir no tratamento do paciente. Sendo assim, não há a desvalorização das disciplinas, e sim uma integração, a aplicação dos conceitos vai depender de cada paciente, pois ele é o foco do trabalho. Para isso, primeiramente deve-se ter noção de que o importante é a saúde do paciente, ou seja, as disciplinas devem ser tratadas de igual para igual, e não uma mais importante que a outra, pois tudo vai depender do paciente. Algum conceito que não tenha uma ampla aplicação ou é considerado pouco importante pode, muitas vezes, ser mais determinante do que se imagina. Então, não se deve menosprezar