Maquiavel sempre foi um autor associado a um certo grau de maldade. Ele é o responsável pelos mais variados adjetivos, que não são lá muito agradáveis aos que os recebem. Ao mesmo tempo que é acusado de ser de pura perversidade, o autor também leva o crédito de ser um meio de levar a realidade aos que suas obras leem. Tendo uma vida de grandes dificuldades e um fim dramático, foi no exílio de sua vida profissional e na solidão de uma vida simples que ocorreu a criação de suas obras de grande importância, que fizeram seu nome importante, ao longo da história. Provavelmente, metade da “má fama”, contra esse autor, vem de sua recusa em “pintar” o que deveria ser um Estado e por preferir falar sobre o que este realmente é. Com isso, temos o conceito de “veritá effetualle”: a verdade efetiva das coisas, que foi extremamente valorizada em todas suas obras. A questão principal que nos leva aos raciocínios principais desse autor é “como fazer reinar a ordem? Como instaurar um Estado estável?”. Para responder isso, Maquiavel observa que o Estado não é só a sorte/destino a decidir, mas sim, as decisões e ações concretas do homem. Essa conclusão e sua forte opinião sobre a natureza humana, vem de um intenso estudo da História, que o faz perceber um ciclo que o permite encontrar soluções que, até aquele momento, nunca haviam sido ditas. Em suas obras, Maquiavel figura uma relação conflitante entre Estado e povo: um quer dominar e o outro não quer ser dominado. De forma que nenhum dos dois detêm por completo o que por eles é desejado, ambos devem, na opinião do autor, ter uma “correlação de forças”. Para dominar os que não querem ser dominados, ou seja, para lidar-se com a anarquia, Maquiavel sugere o Principado ou a República. O Principado é a opção quando o Estado se encontra em uma situação de ameaça (seja ela externa e/ou interna). Já a República – vista pelo autor como o