Clusters
Em uma economia globalizada, muitas vantagens competitivas dependem de fatores locais; por isso ganham importância as concentrações geográficas de empresas. Por Michael Porter
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Agora que as empresas podem adquirir capital, bens, informações e tecnologia em todo o mundo, muitas vezes apenas com um clique do mouse, grande parte do conhecimento acumulado sobre a concorrência de negócios e países precisa ser revista. Teoricamente, mercados internacionais mais abertos, transportes e comunicações mais velozes deveriam diminuir a importância, para a competição, da localização geográfica das empresas. Afinal, tudo pode ser eficientemente comprado a distância. Certo?
Errado. Acompanhe este raciocínio: se a localização geográfica perdeu importância, por que as chances de descobrir uma administradora de fundos mútuos de padrão internacional em Boston são muito maiores do que em vários outros lugares? Por que o mesmo pode ser dito das tecelagens da Carolina do Norte e da Carolina do Sul, dos fabricantes de veículos de alto desempenho do sul da Alemanha ou, ainda, dos fabricantes de calçados sofisticados do norte da Itália?
Por causa dos clusters. É isso que o especialista em estratégia Michael
Porter explica neste artigo. Clusters (grupos, agrupamentos ou aglomerados) são concentrações geográficas de empresas de determinado setor de atividade e organizações correlatas, de fornecedores de insumos a instituições de ensino e clientes. No Brasil, pode-se pensar, por exemplo, no cluster dos fabricantes de cristais ao redor de Blumenau (SC).
Neste artigo, Porter aborda o assunto com profundidade e mostra como as empresas podem participar e tirar proveito de um cluster. Nos quadros das páginas 104 e 109, o estrategista, que frequentemente assessora empresas e governos, discorre sobre a importância dos clusters para países em desenvolvimento e sobre a responsabilidade do Estado de incentivar
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