Clone
Produz-se uma instrumentalização radical da mulher, reduzida a algumas de suas funções puramente biológicas (prestadora de óvulos e de útero), ao tempo que se abre a perspectiva de uma pesquisa sobre a possibilidade de criar úteros artificiais, último passo para a produção "em laboratório" do ser humano. No processo de clonagem são pervertidas as relações fundamentais da pessoa humana: a filiação, a consangüinidade, o parentesco e a paternidade ou maternidade. Uma mulher pode ser irmã gêmea de sua mãe, carecer de pai biológico e ser filha de seu avô
A clonagem humana merece um julgamento negativo também em relação à dignidade da pessoa clonada, que virá ao mundo como "cópia" (ainda que seja só cópia biológica) de outro ser. Esta prática propicia um íntimo mal estar no clonado, cuja identidade psíquica corre sério perigo pela presença real ou inclusive só virtual de seu "outro". Tampouco é imaginável que possa valer um pacto de silêncio, no qual -como já notava Jonas- seria impossível e também imoral, dado que o clonado foi gerado para que se assemelhasse a alguém que "valia a pena" clonar e, portanto, recairão sobre ele atenções e expectativas não menos nefastas, que constituirão um verdadeiro atentado contra sua subjetividade pessoal. dito experimento é imoral pela arbitrária concepção do corpo humano (considerado definitivamente como uma máquina composta de peças),