CLASSES E MOVIMENTOS SOCIAIS
No dia em que celebramos as mulheres em todo o mundo, vamos mergulhar na história do voto feminino e saber como a atuação de grandes líderes femininas garantiu a conquista deste direito.
Quando se lê alguma matéria a respeito da condição feminina nos países orientais, muitos se assustam, afinal, o voto é algo fora da realidade das mulheres destes lugares, mas poucos sabem o quanto é recente esse direito feminino no lado ocidental, principalmente aqui no Brasil, onde já conseguimos eleger uma mulher como presidente do país. Esse direito, o sufrágio universal, as mulheres só conseguiram em meados do século XX e, olhe que somos um dos países pioneiros nesse crédito.
Quando o então presidente Getúlio Vargas percebeu que havia uma mobilização em defesa de transformações sociais e políticas que marcavam aquele momento, permitiu a aprovação de uma reforma eleitoral, em 1932, através do decreto de número 21.076, onde foram instituídos o sufrágio universal direto e secreto e o voto feminino, algo inédito no país e surpreendente, se pudermos imaginar que países europeus como a Suíça, França, Portugal e Itália nem sonhavam com tal conquista. Só anos mais tarde esse direito foi alcançado nestes países. O direito do voto feminino no Brasil foi exercido, a princípio, sob a tutela dos maridos, a quem cabia autorizar as mulheres a votarem. O voto também era permitido às viúvas e solteiras com renda própria, uma minoria naquela época em que o homem era o provedor universal e poucas mulheres tinham seus próprios meios de sustento. Essas restrições foram eliminadas pela Constituição de 1934, mas o voto ainda era facultativo para as mulheres, sua obrigatoriedade só viria a acontecer a partir de 1946, um período que é considerado um dos mais democráticos da história da República brasileira, antes do golpe militar de 1964. Porém, essa conquista não veio de graça para a mulher brasileira. Houve todo um contexto que surgiu na Europa, no inicio