ciências
Os enterococos são bactérias que habitam o trato gastrointestinal e o trato genital feminino e, geralmente, não são muito virulentas e são considerados a segunda causa de infecções hospitalares nos Estados Unidos (10 a 20%). O desenvolvimento de resistência a vancomicina (ERV) tem sido descrito a partir do final da década de 80 e desde então foi observado um aumento das infecções e colonizações por ERV.
No Brasil, o primeiro ERV foi identificado em 1996 em um hospital de
Curitiba. A partir de então relatos de isolamento de ERV são descritos em diversos hospitais brasileiros. Estudo realizado no hospital da Escola Paulista de Medicina mostrou aumento progressivo da resistência dos enterococos a vancomicina entre
2000 e 2002.
Segundo dados do Sistema de Vigilâncias das infecções Hospitalares do
Estado de São Paulo foram notificados 23 casos de infecção de corrente sangüínea por ERV em unidades de terapia intensiva de adultos e unidades coronarianas em 2005.
Epidemiologia
As principais espécies de enterococos que causam infecções no homem são Enterococcus faecalis (80 a 90%) e Enterococcus faecium (5 a 15%), sendo que a resistência a vancomicina é mais frequentemente descrita com o
Enterococcus faecium.
A aquisição da infecção por ERV geralmente ocorre a partir da microbiota endógena após manipulação do trato gastrointestinal, por transmissão cruzada através das mãos dos profissionais de saúde e através de equipamentos/artigos médicos (termômetros, estetoscópios) e superfícies (mesa, maçaneta, telefone, bandeja de medicação) contaminadas que servem como fontes de transmissão.
Fatores de Risco Entre os pacientes com maior risco para aquisição de infecção ou colonização por ERV destacam-se:
• Pacientes com doença de base severa (neoplasias, hepatopatas, nefropatas) ou imunossupressão (pacientes submetidos a transplantes ou em quimioterapia).
• Pacientes