Ciências é vida
A cosmologia de Platão não é desenvolvida detalhadamente e é apresentado de uma forma não sistemática, uma mistura de mito com saber teórico matemático. O livro em que ele apresenta sua concepção cosmológica chama-se Timeu (latinizado para timaeus).
O livro é, essencialmente, um diálogo em três partes; a primeira é uma introdução que contém um relato sobre o mito de Atlântida. É seguida pela “alma do mundo”, que contém a teoria dos quatro elementos, a da matéria propriamente dita e a dos objetos observados pelos sentidos; essa é, sem dúvida, a parte mais extensa do livro. Finalmente, há uma parte dedicada à fisiologia e uma discussão sobre a alma do homem, assim como sobre o seu corpo. Quanto ao universo de Platão, ele é um lugar ordenado e racional, como o demonstram os movimentos regulares dos corpos celestes. A alma do Universo é comparável à do homem. Os planetas e as estrelas são as mais sublimes representações da realidade essencial; são exemplos das Idéias de platão e podem até ser Deuses. A matemática expressa os movimentos divinos das estrelas, que emitem uma música celestial ao se moverem; quando os homens morrem, é para suas estrelas nativas que suas almas regressarão. Fora do mundo não existiria nada e sua superfície foi, por Deus arredondada e polida. No centro da esfera do universo ficaria a Terra, também esférica, sem alterar o equilíbrio simétrico do Universo, sem necessidade de ar ou qualquer outra coisa para sustentá-la. A esfera do Universo platônico gira uniformemente de Leste para oeste, no mesmo lugar, em torno do seu próprio eixo, que passa pelo centro da terra. As estrelas – representando seres eternos, divinos e imutáveis – moviam-se com velocidade uniforme em torno da terra, na mais perfeita e regular de todas as trajetórias, o círculo eterno.