Ciências sociais
Uma das ocupações originais da Sociologia foi relativa aos conflitos entre as classes sociais. As freqüentes crises no âmbito das relações econômicas e as incompatibilidades decorrentes das transformações provocadas pela Revolução Industrial engendraram preocupações nos estudiosos voltadas para o entendimento do processo desses conflitos, compreensão que seria voltada para a tentativa de soluções que não implicassem a transformação essencial do sistema econômico e social recém-estabelecido na Europa. Essas circunstâncias vieram:
“possibilitar uma nova forma de pensar, que se caracterizou como positivismo, cuja preocupação básica consistiu na tentativa de organização e reestruturação da sociedade, buscando a preservação e manutenção da nova ordem capitalista” (Bedone, 1989:29)
Está dada a conjuntura histórico-política que abriu espaço para a atuação intelectual do pensador que foi o precursor moderno da Sociologia Claude-Henri de Rouvroy, Conde de Sant-Simon (1760-1825), contava com 29 anos no momento da eclosão da Revolução Francesa e viveu, em sua vida pessoal, a transformação política que acontecia com o fim do Antigo Regime e a ascensão da burguesia. Rompeu com sua condição nobilitaria aos 40 anos, pregando o fim absoluto dos resquícios da sociedade feudal, no momento em que vivia intensa inquietação intelectual motivada por seu encontro com a racionalidade cientifica.
Seu pensamento, que foi influenciado pelas idéias revolucionárias burguesas e pelo aparato teórico desenvolvido pelos filósofos iluministas, pode ser considerado como um ponto de partida de duas formas opostas de compreensão da sociedade: a positivista e a socialista. Uma das temáticas centrais de sua obra decorreu de sua crença de que, na nova sociedade que nascia, a racionalidade econômica burguesa suplantaria a dominação política da nobreza, ensejando a eliminação definitiva da antiga ordenação social oriunda do feudalismo. O motor dessa