CIÊNCIAS SOCIAIS
INTRODUÇÃO
Um dos maiores desafios encontrados pela humanidade, no início deste novo século, é repensar a respeito da forma como vem se relacionando com a natureza e entre si. Na maioria das vezes, a relação estabelecida, tem apresentado um caráter predatório, de exploração, de desigualdade, de injustiça, de morte, de destruição.
Mas seria esta a forma mais apropriada de viver e de relacionarse com o mundo?
Seria este o mundo que gostaríamos de deixar para nossos filhos e gerações futuras? Certamente, não.
Motivada por esta grande questão de fundo, optei por estudar algo mais próximo em que esta discussão pudesse ser incorporada. No vasto universo de discussões relacionadas à preservação do meio ambiente, temas como o desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade, a agricultura orgânica, a agroecologia, vão ganhando cada vez mais forma e ocupando espaço em organizações, associações e Organizações não governamentais (ONGs) que trabalham nesta perspectiva.
O presente trabalho tem como objeto de estudo a Associação da Agricultura
Orgânica do Paraná (AOPA). A associação foi fundada em 1995 e contava inicialmente com 30 membros, na sua maioria agricultores neorurais (KARAN,
2001). A entidade busca construir uma agricultura mais ecológica e pretende expandir a agricultura orgânica entre os agricultores familiares, principalmente da
Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
O quadro de associados da AOPA é formado por dois grupos: os neorurais e os agricultores familiares tradicionais. O grupo dos neorurais é formado por pessoas com origem, ou trajetória no meio urbano e que, por opção de vida ou pela formação técnica voltada para a agricultura, acabaram envolvendose com a atividade da agricultura orgânica. O neoruralismo (KARAN, 2001) é um movimento de
contracultura