CIÊNCIAS POLITICAS
Platão minimiza a importância das formas que os regimes políticos assumem. Nesta monarquia, a tirania, a oligarquia, a aristocracia ou a democracia, afiguram-lhe ser menor de idade interesse perante o fato maior de saber-se dominar a ciência da política. Pois é esta ciência (a que determina o que realmente é importante para a política), a arte de saber governar os homens, "a mais difícil e maior de todas as ciências possíveis de se adquirir", é que nos possibilita a ajudar a afastar os rivais do Rei Competente (isto é, o governante ideal). Ela é um instrumento de seleção que, ao mesmo tempo que nos permite dissuadir os pretendentes equivocados, auxilia a persuadir os vocacionados a ingressarem na política.
O Rei Competente como Médico Para o pensador é o Rei Competente quem merece ser o arcon, de ter o titulo de rei, pois somente ele detêm o conhecimento da ciência política, estando no poder ou não. Assim, independentemente da forma do regime político, seja monarquia, oligarquia ou democracia, só os que possuem a ciência de saber governar os homens é que devem realmente exercer o poder. Platão ainda não menciona aqui (o fará com maiores detalhes no diálogo "A República") que seu intuito é promover o filósofo, o homem sábio, como o único habilitado a tal. O Rei Competente assemelha-se para ele ao médico que, curando ou não seus pacientes, detém a arte da medicina, serão sempre chamados de médicos.
Ele pode tudo Reprodução
Marco Aurélio, um raro imperador-sábio
A partir do momento que o Rei Competente galga o poder, torna-se indiferente, sob o ponto de vista moral, o sentido que dará a sua ação. Pode ele exilar, mandar executar, deslocar gente a sua revelia, fazer o que lhe convier, que tudo estará justificado pela ciência que ele tem das coisas do governo, porque seu fim último é a justiça. Até mesmo poderá governar sem leis ou a revelia delas, pois muitas vezes o bom governante pode dispensar, em nome do bem público,