Ciências Humanas e Filosofia A relação entre as Ciências Humanas e a Filosofia é de tal monta que a síntese mais simples e direta ainda reside no já clássico conceito humanista, assim formulado por Lucien Goldman, precisamente num livro intitulado Ciências Humanas e Filosofia, da Editora Difel: “Se a Filosofia traz respostas quanto ao ser do Homem no mundo as Ciências Humanas têm de ser obrigatoriamente filosóficas caso pretendam ser científicas!” Nas ciências naturais, hoje em dia há uma concordância generalizada com relação aos termos propostos para o debate (outras eram as condições, por exemplo, na Idade Média européia, quando dizer, por exemplo, “A Terra se Move” ou “A Terra é Redonda!” poderia levar o cientista à incineração!) Não existe a menor possibilidade de se ministrar aulas “neutras” em Ciências Humanas. O fundamento científico das Humanas reside precisamente em opiniões profundamente arraigadas (tanto que, via de regra, sequer como tal são reconhecidas!). Assemelhar o revolucionário ao criminoso contribui para o pensamento conservador. Por outro lado, anunciar o “pós-modernismo” como “a nova cara do velho demônio”, contribui para o humanismo, as teorias libertárias: nada pior aconteceu com a filosofia nas últimas décadas que esta invenção verdadeiramente diabólica: ressuscitar velhas teorias conservadoras recapeadas com nomes “simpáticos” como “neo” ou “pós”-seja-lá-o-que-for. Dizem que os cientistas da área de Naturais quando se encontram, trocam “informações” – “descobri a partícula x”, “consegui dissecar tal ou qual parte do átomo”, “há uma nova equação que permite resolver tal problema”, etc. Quando cientistas da área de Humanas se encontram, em geral, trocam “insultos” – “Positivista!”, “Marxista!”, “Liberal!”, “Comunista!”, etc. Não fujo à regra: daqui da esquerda e do humanismo, vejo o irracionalismo de tudo o que recebe os prefixos “neo” e “pós” – neoliberalismo, pós-modernismo, pós-capitalismo e o denuncio onde encontro! A exatidão das