Ciências Contábeis
Bolsa de valores é fábrica de capitalistas
A bolsa de valores brasileira foi a que atraiu mais investidores individuais no mundo de 2004 a 2009. Em cinco anos, terá de conquistar mais de 4 milhões de aplicadores
Eduardo Salgado e Giovana Suzin, EXAME inShare4 Alexandre Battibugli/EXAME.com
Investidores individuais da bolsa
São Paulo - Um dos bens mais preciosos que uma nação pode ter é a confiança no futuro. Esse componente intangível, que foi quase declarado em extinção por aqui, está hoje em quase todos os cantos do país e é fruto não de um ou outro governo, mas de um processo de quase duas décadas de estabilização da economia.
O aumento da crença num futuro melhor do que o presente pode ser observado nos investimentos, no consumo, na ascensão de uma nova classe média. Pode ser visto, também, no anúncio de metas de longo prazo ambiciosas, como as do executivo Edemir Pinto.
Aos 57 anos de idade, o paulista Edemir preside uma das bolsas de valores mais empolgantes do planeta nos últimos anos, a BM&F Bovespa, símbolo máximo do mercado de capitais brasileiro.
Comparada com mercados de ações do mundo desenvolvido e até com alguns do círculo das economias emergentes, a bolsa de valores brasileira reúne um modesto número de investidores. Ao longo de seus 120 anos de vida — marcados por períodos de decadência, letargia e euforia — atraiu cerca de 600 000 aplicadores individuais, a maioria deles no intervalo entre 2004 e 2009.
A BM&F Bovespa — vista ela própria como um negócio de capital aberto — precisa crescer. E a carreira do economista Edemir como seu presidente depende disso.
Recentemente, ele prometeu aos investidores da BM&F Bovespa que, até 2015, 4,4 milhões de brasileiros entrarão no mercado de ações. Como acontece com os presidentes das outras 463 companhias listadas em bolsa, precisará cumprir.
Trata-se de um desafio gigantesco, que, tornado realidade, pode ajudar a mudar a face do capitalismo brasileiro. Nos últimos seis anos, o