Ciência
Deus criando o universo através de princípios geométricos. Capa da Bíblia Moralisée, 1215.
Ciência medieval se refere às descobertas no campo da filosofia natural que ocorreram no período da Idade Média - o período intermédio, numa divisão esquemática da História da Europa.
A Europa Ocidental entrou na Idade Média em grandes dificuldades que minaram a produção intelectual do continente. Os tempos eram confusos e havia-se perdido o acesso aos tratados científicos da antiguidade clássica (em grego), ficando apenas as compilações resumidas e até deturpadas que os romanos tinham traduzido para o latim. Entretanto, com o início do chamado Renascimento do Século XII, renovou-se o interesse pela investigação da natureza. A ciência que se desenvolveu nesse período áureo da filosofia escolástica dava ênfase à lógica e advogava o empirismo, entendendo a natureza como um sistema coerente de leis que poderiam ser explicadas pela razão.
Foi com essa visão que sábios medievais se lançaram em busca de explicações para os fenômenos do universo e conseguiram avanços importantes em áreas como a metodologia científica e a física. Esses avanços foram repentinamente interrompidos pela Peste negra e são virtualmente desconhecidos pelo público contemporâneo, que muitas vezes ainda está preso ao rótulo do período medieval como uma suposta "Idade das Trevas".
História da Ciência na Europa
No início da Idade Média, a vida cultural concentrou-se nos mosteiros.
Costuma-se dizer que os romanos eram um povo de orientação prática. Apesar de maravilhados com as descobertas do passado grego, não chegaram a formar novas instituições que buscassem especificamente entender o universo ou o mundo natural. Os verdadeiros centros de produção de conhecimento do Império Romano localizavam-se no seu lado oriental, de cultura grega. Eles tinham sido fundados antes do domínio romano e já não mantinham a mesma força criativa de períodos anteriores.[2]
Devido ao fato da classe rica do