Ciência e universidade no brasil
Roberto Carlos Simões Galvão*
Em Raízes do Brasil, o historiador Sérgio Buarque de Holanda expõe a origem do descaso com a universidade no Brasil. Enquanto os colonizadores espanhóis fundavam universidades em Lima (Peru) e na capital do México — isto já no ano de 1551 —, a Coroa portuguesa temia as possíveis conseqüências da implantação de mais uma universidade no Brasil.
“Importando ciência e tecnologia, o processo de colonização tem sua manutenção garantida através dos anos”, ensina o educador Cipriano Luckesi. De fato, à medida que a universidade se propõe a formar cientistas e pesquisadores, contribui com a sociedade no sentido de promover sua autonomia por meio do desenvolvimento social, econômico e tecnológico.
Para Alberto Senapeschi, “o progresso científico obtido pelo desenvolvimento tecnológico tem se demonstrado o principal instrumento de geração de riqueza e bem-estar social de uma nação. O valor econômico de um produto está no valor a ele agregado pelo conhecimento, pela informação e pelas tecnologias que incorpora”.
O investimento no potencial científico das universidades é uma necessidade inadiável. A ciência oferece a possibilidade de criar conhecimentos e tecnologias que permitem diminuir a miséria do país. O avanço tecnológico desenvolvido é um bem que pode ser usado em benefício de todos e pode ainda ser exportado, rendendo dividendos para a nação.
Na era da globalização, o que diferencia o país desenvolvido do subdesenvolvido é a quantidade de conhecimento ou de ciência e tecnologia que ambos possuem. É inegável a relação existente entre o investimento em ciência e o desenvolvimento econômico e social de um país.
“O desinteresse por ciência no Brasil é fruto do declínio da qualidade do ensino básico de modo geral. A falta de motivação das crianças por ciência costuma ser justificada pelo baixo nível de qualificação dos professores licenciados, o que acaba comprometendo irremediavelmente o