Ciência e Religião
O século XVI foi marcado por uma grande pressão da Igreja sobre os cientistas e outros discordantes da religião dominante na Europa. O chamado Tribunal do Santo Ofício julgava e condenava aqueles que apresentassem algum tipo de perigo à ordem religiosa vigente, a Igreja Católica. Foi nesse contexto que o matemático, físico e filósofo Galileu Galilei ousou defender o sistema heliocêntrico do astrônomo Nicolau Copérnico, que dizia ser o Sol e não a Terra o centro do universo.
Nascido em Toscana, Itália, Galileu foi acusado pelo Tribunal do Santo Ofício por suspeita grave de heresia e foi obrigado a abjurar sua idéia. Condenado à prisão perpétua domiciliar, desenvolveu durante toda sua vida obras que mais tarde seriam adicionadas ao “Index” (índice de livros proibidos pela Igreja). Tais punições o colocaram entre os principais contestadores das doutrinas religiosas.
Mas Galileu não foi o primeiro a questionar as teorias dogmáticas. Segundo o doutor em Teologia pela Universidade de Hamburgo, na Alemanha, e diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, Antônio Carlos de Melo Magalhães, não houve um momento marcante na história da civilização que definisse o início dos conflitos entre fé e ciência.
“Sempre houve por parte dos cientistas a intenção de construir um conhecimento que não estivesse sob a tutela da religião. No tempo da filosofia grega, ainda na História Antiga, alguns filósofos já encaravam a religião como um problema, porque ela significava um controle do conhecimento”, explicou.