Ciência Política

Fichamento – ‘Os donos do poder’ – Rodrigo Faoro

Segundo Faoro, a estrutura político-social característica do Brasil dos últimos seis séculos seria o capitalismo politicamente orientado (ou pré-capitalismo), moldado pela vertente industrial e na liberdade dos indivíduos.
Os negócios públicos seriam uma extensão do privado, como o resto da sociedade, caracterizando um tipo de dominação específica: o patrimonialismo. Se baseando em Montesquieu e Weber afirma que todos os Estados tem como objetivo manter sua integridade, mas também preservar interesses particulares.
Do capitalismo político se originaria o capitalismo moderno/industrial, com a mudança do súdito para para cidadão e do Estado de senhor a servidor; portador da defesa da autonomia dos homens. Um mecanismo de garantia do indivíduo que é usualmente caracterizado como “Estado burguês de direito”.
O Estado, incorporando parte da fortuna nacional, enfraquece todas as classes em seu processo de burocratização. Para a crítica liberal e marxista, o capitalismo seria um estado de transição. Entretanto a realidade brasileira demonstrou a persistência mo modelo patrimonial – “Adotou do capitalismo a técnica, as máquinas, as empresas, sem aceitar-lhe a alma ansiosa de transmigrar.”
Característica desta forma de poder, surge o quadro administrativo, uma forma de estamento que muda de perfil aristocrático para burocrático. Sem ele a chefia é dispersa, característica de coronéis, por exemplo. Há neste caso uma confusão entre público e privado, pois este corpo se apropria das oportunidades econômicas, cargos etc. Diferente do modelo feudal, este é adaptativo, este corpo administrativo controla crédito, modos de consumo e concessões públicas de atividade. E se renova na morte dos velhos para espaço dos mais novos, entretanto os valores se mantém, não representando a nação.
Este corpo moldaria as ações do chefe de governo, limitando-o. À medida que este corpo se desaristocratizaria, burocratizando-se, formam-se