Civismo criado por Copa do Mundo é bom para o Brasil
"[...] Hoje, mesmo sem a ditadura, falar em civismo, patriotismo, nesse mundo transnacional, globalizado, está cada vez mais complicado. Os generais deram baixa, mas quem manda mesmo, de verdade, quem organiza e patrocina o frenesi do jogo, qualquer jogo, é sua majestade o Mercado, e ele não tem bandeira, nem fronteira, sequer um hino. Para o Mercado, o que importa é pegar carona no embalo da Copa e vender essa geleia geral de produtos os mais variados, de carros a vuvuzelas, com a estampa do Mundial da bola. Foram-se os tempos românticos eternizados por Nelson Rodrigues na expressão "a pátria em chuteiras".
A pátria, hoje, calça Nike, Adidas, veste Reebok, Mizuno, assiste aos jogos numa Sony enquanto bebe uma Coca Cola. Até a coreografia da comemoração está sendo ensinada pela Hyundai (aliás, ô propaganda ridícula...).
[...] Sendo assim, não acredito em nenhum momento cívico criado pela Copa do Mundo. Entusiasmo, sim, pois somos um povo ainda apaixonado pelo futebol. Mas isso não nos faz melhores cidadãos, mais conscientes dos