Civilizar o corpo
O cristianismo pregava que a gula era pecado e por causa disso os monges faziam um regime alimentar baseado em carnes brancas e cereais, além dos jejuns e penitências. Só que os mosteiros, ao longo do tempo, sofreram muita influência da sociedade e assim, os monges começaram a consumir carne vermelha, transformando a alimentação em cultura e a cozinha em gastronomia.
A Idade Média herdou dois modelos alimentares: civilização do trigo (romanos) e a civilização da carne (bárbaros), porém esses modelos eram apenas esquemas, pois o trigo não era exclusivo dos romanos e a carne dos bárbaros. Com as invasões dos bárbaros, as duas culturas alimentares passaram a ser uma única cultura, onde os bárbaros aceitaram alguns valores romanos. A comida passou a ser algo que não servia apenas para saciar a fome, mas que despertava prazer. Dessa forma, a forma de se alimentar também mudou, surgindo assim as boas maneiras de se comportar na mesa por exemplo.
Os gestos por exemplo, também se tornaram alvo, visto que a sociedade era e ainda é fortemente ritualizada. A nudez era um gesto de representação do corpo, e não era odiada pelo homen na idade média, mas a Igreja condenava. A sociedade medieval era oral, e com isso, muitos contratos e juramentos foram feitos através de gestos. Os gestos envolvem inteiramente o corpo e o ser - o exterior do homem manifesta o interior do mesmo. manifesta o interior do mesmo. Nessa época se diferenciava os gestos das gesticulações. Os gestos exprimiam a fidelidade, o interior e a fé, já as gesticulações exprimem malignidade, possessão e o pecado.
Mais uma vez tendo o corpo como alvo, surgi os esportes. Os exercícios físicos na Idade Média eram vistos como um “processo civilizador” do corpo, eles eram divididos entre as camadas sociais, havia os jogos corporais cavalheirescos, destinados ao militarismo, e os jogos populares. Já nas camadas inferiores os exercícios