Citologia e biópsia em útero de éguas
Introdução
A eficiência reprodutiva nas éguas está diretamente relacionada com a habilidade do útero em manter um ambiente compatível com o desenvolvimento do embrião e o crescimento fetal. Este ambiente pode ser facilmente alterado por processos inflamatórios subseqüentes à invasão bacteriana. Em éguas sadias a “infecção” pós-cobertura é normal, com presença de neutrófilos após 4 horas e pico em 8 horas, desaparecendo após 48 horas. Sua intensidade está relacionada à concentração e ao volume do sêmen, sendo maior quando este se apresenta mais concentrado e em menor volume.
Os mecanismos de defesa naturais são essenciais e eficientes na remoção e neutralização dos agentes contaminantes, desde que as barreiras anatômicas estejam intactas, pois pneumovagina, acúmulo de urina e incompetência cervical são fatores predisponentes para endometrite. 2 – ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL DA ÉGUA
O sistema genital da égua apresenta-se com características gerais semelhantes às demais espécies domésticas, mas com determinadas peculiaridades relacionadas ao tamanho, posição e estrutura macro e micro anatômica. É composto por ovários, tubas uterinas, útero, cérvix uterina, vagina e vulva, sendo os órgãos genitais internos sustentados por ligamentos (mesovário, mesossalpinge e mesométrio) os quais formam um conjunto denominado de ligamento largo do útero (GETTY et al. 1981). O útero é um órgão muscular oco que se continua cranialmente com as tubas uterinas e se abre caudalmente na vagina. Está essencialmente situado na cavidade abdominal, mas estende-se por uma curta distância dentro da cavidade pélvica. Está inserido na região sublombar e nas paredes laterais da cavidade pélvica por duas pregas de peritôneo, denominadas ligamentos largos (GETTY et al., 1981). É composto de dois cornos uterinos, um corpo e uma cérvix ou colo. A cérvix é uma estrutura semelhante a um esfíncter, que se projeta caudalmente na vagina, onde esta é composta por saliências