Cisto ovariano em bovinos de leite
Vamos apresentar alguns resultados experimentais obtidos no Brasil, obtidos a partir do trabalho com 333 vacas de leite que foram monitoradas a partir do dia 23 a 29 pós-parto, de 7 em 7 dias, através de ultra-sonografia. As vacas foram classificadas entre 44 a 55 dias pós-parto em:
vacas ciclando - presença de CL em uma das avaliações; vacas em anestro- ausência de CL em todas as avaliações e presença de folículos menores do que 20mm de diâmetro e vacas císticas- ausência de CL em todas as avaliações e presença de estruturas maiores do que 20mm.
Os resultados estão na tabela 1.
Tabela 1. Porcentagem de vacas ciclando, em anestro e císticas entre 44 a 55 dias pós-parto
A ocorrência de cisto variou de acordo com a estação do ano. Os resultados estão na tabela 2.
Tabela 2. Efeitos da estação do ano sobre a incidência de cistos
A porcentagem de vacas com cistos foi maior nos meses de abril a julho (partos entre fevereiro a maio). Isso provavelmente ocorreu porque as vacas que apresentaram cistos pariram nos meses mais quentes do ano, quando os problemas ao parto e o estresse são mais altos. Além disso, de abril a julho, ocorre aumento da produção de leite, que também é um dos fatores predisponentes à formação de cistos ovarianos.
Aos 44 a 50 dias pós-parto as 31 vacas classificadas como císticas foram divididas em dois grupos: grupo controle (n=16), representado pelas vacas que não receberam tratamento e grupo tratamento (n=15), vacas que receberam uma aplicação de GnRH (100mcg de Gonadorelina, CYSTORELIN, 2ml, via intramuscular). Sete e quatorze dias após o tratamento, as vacas foram novamente examinadas para verificar a resposta dos cistos ao tratamento e a cura espontânea. A resposta positiva ocorreu em 14 das 16 vacas do grupo controle (87,5%) e em 9 das 15 tratadas (60,0%). A tabela 3 mostra a resposta dos cistos ao tratamento com GnRH e a cura espontânea.
Tabela 3. Resposta dos cistos ao tratamento