CISTITE CRÔNICA INTERSTICIAL
A cistite crônica intersticial (CCI) é uma doença que afeta a bexiga, caracterizada por uma grande variedade de sintomas irritativos, dor suprapúbica, dor pélvica e dispareunia. Exames de analise da urina e urocultura apresentam-se, normalmente, negativos. Acredita-se que seja subdiagnosticada devido a um desconhecimento de sua etiologia e patogênese, além de uma imprecisão de sua definição. Evidências indicam que a CCI é uma síndrome multifatorial, caracterizada em dois subtipos: a cistite intersticial forma clássica ou tipo ulcerado e a cistite intersticial não-ulcerada. A prevalência de CCI varia enormemente entre a população, de 30 a 500 por 100.000. Esta variação se deve principalmente a uma discordância dos critérios diagnósticos. Estima-se que cerca de 500.000 mulheres em todo o mundo sejam portadoras de Cci, a maioria apresenta um comprometimento importante de sua qualidade de vida. Cerca de 68% dos casos cursam com depressão associada e outras grandes repercussões psicossociais e sexuais, sendo importante a realização do diagnóstico correto e um conhecimento amplo das diversas faces da doença.
ETIOPATOGENIA
Existem diversas teorias em relação a fisiopatologia. No século XX, descrevem casos associados a dor vesical, aumento da freqüência miccional e úlceras vesicais, definindo esta síndrome como cistite interticial. Outros autores demonstraram petéquias e hemorragias causadas por hidrodistensão vesical. O grande desafio para o estabelecimento de um fator etiológico da CCI tem sido a heterogeneidade e a variabilidade das alterações observadas à luz da microscopia, a inconsistência das observações imuno-histoquímicas e a limitação dos achados morfológicos. A etiologia da doença permanece incerta, e muitos autores acreditam ser multifatorial devido a variedade do quadro clínico. Em 1915, Hunner, sugeriu que uma bactéria disseminada hematogenicamente causasse ulceras e , consequentemente, a sintomatologia