Cisne negro
Onze anos depois de “Réquiem Para um Sonho”, Aronofsky apresenta aos espectadores uma verdadeira aula introdutória à psicanálise no longa “O Cisne Negro”. Poucos filmes possuem referências tão perfeitas e bem amarradas à teoria psicanalítica. Talvez apenas o pesado “O Anticrito”, de Lars Von Trier, seja tão contundente.
A história do filme é simples. Nina (Natalie Portman) é uma bailarina que ganha o papel principal na peça “O Lago dos Cisnes”. Na história, uma princesa que se transforma em um cisne branco e precisa do amor sincero de um príncipe para retornar à vida humana. O príncipe, porém, se enfeitiça pelo Cisne Negro, que apesar de dissimulado apresenta o poder da sedução. O Cisne Branco se suicida diante do fato. É a morte do amor idealizado.
Nina nasceu para fazer o Cisne Branco. Completamente castrada, vive com a mãe, que lhe controla toda a vida. Mora em um quarto cor de rosa, cheio de bichos de pelúcia e demonstra uma pureza completa. Sua ligação com o sexo é infantil e imatura. Sem dúvida, o diretor mostra logo de cara que é nesta relação mãe/filha que mora o segredo do filme.
No roteiro, a figura do pai de Nina nem sequer é mencionado. A impressão é de que ela é propriedade única e exclusiva de sua mãe controladora. A simbiose é total. A falta da figura paterna criou uma relação de