Cirurgia Bariátrica e transtornos Psicológicos
Problemas psicológicos são o outro lado da moeda das cirurgias de redução de estômago, que podem afetar até 20% dos operados. Embora seja intenso o desejo de emagrecer e a crença de que a cirurgia possui o efeito mágico, de que todos os problemas, ou pelo menos, grande parte dele, irão desaparecer, há o lado obscuro da mente que floresce em alguns pacientes. Quem olha as fotos, de "antes" e "depois", de obesos acha impossível uma pessoa se sentir infeliz após se livrar de dezenas de quilos. Estudos feitos pela psicóloga Maria Isabel Rodrigues de Matos, do Ambulatório de Obesidade Mórbida da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), SP, aponta que, pelo menos, 20% dos pós operados à cirurgia bariátrica apareceram com problemas psicológicos. E quando não ocorre o tratamento, os casos tendem a se agravar. Os transtornos podem ser provocados, por exemplo, pelo medo de comer e engordar ou a não adaptação à nova imagem.
"Essa preocupação é grande porque não são poucas as pessoas ansiosas, deprimidas e compulsivas que, se não acompanhadas com atenção, tendem a desenvolver outros transtornos. Os problemas mais comuns são bulimia ou anorexia, compulsão por compras, drogas ou sexo, alcoolismo, dependência de drogas e, no limite, até tentativas de suicídio", explica a psicóloga. O medo de voltar a engordar é tão grande que algumas pacientes podem desenvolver esses transtornos, após os três primeiros meses, considerados os mais difíceis devido a privação de alguns alimentos. Talvez, isso aconteça nesta fase, pois estes primeiros meses são o período em que o paciente perde grande parte do peso. Como ocorre uma diminuição da perda após esse período, o medo de engordar se instala. Ou seja, mesmo após esse período, continuam a reduzir drasticamente o consumo e ficam anoréxicas, ou, apresentam características, que se não tratadas levam a doença. Outras, ao contrário, comem excessivamente, sentem- se culpadas e acabam provocando vômito ou diarréia,