Cirque du Soleil
“A primeira chave para a abertura do nosso sucesso foi sempre estabelecer e manter um equilíbrio entre arte e comércio. É extremamente difícil ter essa balança hoje em dia. E pouquíssimas empresas conseguem, especialmente aquelas que lidam com sentimento e entretenimento ao vivo.”, afirmou ele, em palestra realizada na FGV/SP – Fundação Getúlio Vargas para alunos do curso de Administração.
Justamente no quesito inovação está o outro fator apontado por D’Amico como fundamental para o crescimento do Cirque. “Estudos mostram que competir em indústrias saturadas não é o melhor caminho para sustentar um bom negócio. A oportunidade real é criar os chamados ?oceanos azuis’, abrir espaços, descobrir mercados ainda não disputados.” Ele explica que os ideais de Laliberté estavam diretamente relacionados à beleza e à perfeição. O novo circo não usaria animais, nem tradicionais conceitos. Era um risco. Ninguém sabia se daria certo, afinal era algo desconhecido.
E chegamos então a uma posição adotada desde o início por todos os gestores do Cirque: arriscar é preciso. “Nós temos muito mais a perder hoje em dia do que há 24 anos. Mas nós ainda tomamos decisões de riscos todos os dias. Porque escolhemos isso, queremos assim, não apenas por ser um bom negócio, mas por ser a única maneira de fazer negócio que conhecemos.”
Os riscos são praticamente uma lei dentro do grupo. Segundo D’Amico, é assim que o negócio tem dado certo: apostando em idéias, sem medo de investir milhões, jamais economizando nem criatividade, nem dinheiro. “Nós realmente entendemos que criar qualquer coisa, seja ela um show ou uma linha de produção, envolve descer em ambientes escuros, desconhecidos. Perder semanas, ou até meses, investindo em uma atração, em uma idéia, e não dar em nada. Nós acreditamos que sem arte e sem criatividade nós não teríamos um bom negócio, definitivamente.