Circulos de cultura
Paulo Roberto Padilha1
O objetivo deste trabalho é reunir alguns princípios e indicadores para a ação didáticopedagógica dos/as educadores/as, visando ao enriquecimento dos seus trabalhos junto aos alunos e às alunas, de forma a que todos possam compartilhar criativa e prazerosamente os momentos de encontros educacionais e culturais na escola e fora dela. Para tanto, faremos nossas análises pensando na possibilidade da retomada dos “Círculos de Cultura”
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na
perspectiva intertranscultural.
Quando falamos de Círculos de Cultura, estamos logo de início incentivando a realização do encontro entre as pessoas ou grupos de pessoas que se dedicarão ao trabalho didático-pedagógico ou a outras vivências culturais e educacionais, visando a um processo de ensino e de aprendizagem, qualquer que seja o espaço onde isso aconteça. Isso significa que esta reflexão e as nossas sugestões servem não só para a educação formal, que acontece dentro de uma escola regular, mas também para qualquer iniciativa educacional, dentro da sala de aula ou em outros espaços onde acontece o encontro entre pessoas que aprendem e que, ao fazê-lo, ensinam algo umas às outras. Ao desenvolvermos ações didático-pedagógicas com tais objetivos, poderemos propor que isso aconteça num Círculo de Cultura: no qual todas as pessoas participantes de um processo de ensino e de aprendizagem podem pesquisar, pensar, praticar, refletir, sentir, deliberar, ser, plantar, agir, cultivar, intervir e avaliar o seu fazer, num movimento permanentementedialógico.
Em seu primeiro livro, o educador brasileiro Paulo Freire sistematiza algumas reflexões para que possamos dimensionar a importância que ele atribui à cultura — tanto é que ele se refere a Círculos de Cultura e não a “Círculos de Educação”, como poderia, eventualmente, ter sido o caso.
Assim escreveu Paulo Freire:
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Mestre e doutor em educação pela Faculdade de