Circuitos cruzados
Na visita à exposição sobre Circuitos Cruzados, onde se tratava da união de duas coleções relativamente diferentes, sendo uma a do Centre Pompidu, que cobre todos os estilos artísticos e obras oriundas de diversas culturas, e a do MAM, que aborda a cena moderna e contemporânea brasileira.
Observamos que muitas obras são diferentes do que estamos acostumados além de serem extremamente fascinantes, como a do artista Bruce Neuman que fala sobre a ‘’autoperseguição’’, capturando uma imagem através de televisores numa sala branca, construída como um cubo branco, mostrando a imagem passada no televisor seguinte, como se a imagem nos perseguisse até o final do caminho, trazendo assim a sensação de medo e desconforto ao entrar na sala.
Já a obra de Graham que trabalha tanto com o atraso quanto o tempo real da imagem ao preencher as paredes de uma sala com um espelho e em uma delas, contendo um televisor passando imagens atrasadas - de oito segundos especificamente, o que nos leva a duvidar a nossa presença no cômodo. Questionar o que é realidade: o que vemos no espelho ou o que vemos no vídeo. Graham também brinca com o tempo, sendo a imagem refletida o presente e a imagem representada pelo vídeo, o passado.
Podendo concluir, então, que as obras trazem a sensação de que a realidade é questionável, que a saída em si, também é. Uma vez feita, é irreversível; o tempo não volta. Todas as obras transmitiam o mesmo significado, ou seja, tratavam do mesmo tema, considerado por nós muito curioso: o papel de mostra incansavelmente a fuga sem sucesso. A busca incessante pela saída, onde tudo começa e não tem