Cing
O CING possui uma triste história: nos idos de 1987, o que se planejava fazer ali era um complexo naval, repleto de marinas, com a desculpa de que aquilo seria um investimento não poluidor. No entanto, as obras de aterro para tal empreendimento destruíram mais de 2 milhões de metros quadrados de exuberantes manguezais, que além de serem abrigo e alimento para uma infinidade de animais, estabilizavam o fluxo de sedimentos vindos dos morros do Icanhema e Pitiú (estes ainda recobertos por mata atlântica). | | | | | Localização do Complexo Industrial Naval de Guarujá | | Originalmente, a área do CING era coberta em praticamente toda sua extensão por manguezais cujo bom desenvolvimento dos bosques indicava uma alta produtividade. Fato que, sem dúvida, refletia numa contribuição significativa para a manutenção dos organismos aquáticos que dão sustentação à produção pesqueira regional e às atividades extrativistas de subsistência da população local. VISITAS
Foi em Junho de 2005 quando iniciamos as nossas visitas à região conhecida como CING (Complexo Industrial e Naval do Guarujá). Passando de carro pela rede viária que corta a região, observamos uma vasta área aberta, transformada em pastagem. À direita desta estrada, o que se via era um pequeno remanescente de manguezal. Não pudemos deixar de contemplá-lo com uma certa tristeza... | | Área descampada no CING atualmente utilizada como pastagem |
Saindo da Nobara pode se observar um remanescente de manguezal ao lado direito | | | Aqueles eram os últimos remanescentes dos manguezais existentes na margem esquerda do Estuário de Santos. Este pode ser considerado o mais trágico caso de impacto ambiental do litoral de São Paulo, e não parece que tenhamos aprendido a lição... Enquanto passávamos pela rede viária, víamos como o aterro aos poucos foi sufocando o manguezal, barrando o fluxo das águas e o transporte de sedimento. È tristemente notório