cinesiologia
Raul Oliveira, João Paulo Sousa, Jan Cabri
Centro de Estudos de Fisioterapia –Faculdade de Motricidade Humana –
Universidade Técnica de Lisboa
INTRODUÇÃO
Neste capítulo pretende-se fazer uma análise funcional ao Complexo
Articular do Ombro (CAO), numa perspectiva quer da fisiologia articular quer da cinesiologia. O ombro e a cintura escapular, que em conjunto formam este complexo articular, são constituídos por várias articulações (gleno - umeral; acromio - clavicular; esterno - condro-clavicular) e por duas interfaces
(escápulo-torácica e Supraumeral - Subacromial) que também participam nos seus movimentos e funções.
Existem vários grupos musculares com acções complementares no úmero, clavícula, omoplata e coluna cervico - torácica mas que são interdependentes e complementares na sua acção. O objectivo principal deste capítulo está centrado na descrição do que cada um desses elementos – articulares e
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músculo-tendinosos
fornece
para
o
binómio
mobilidade/estabilidade do CAO.
A compreensão dos aspectos funcionais e biomecânicos deste complexo articular permite aos diversos profissionais avaliar com maior rigor clínico as disfunções e patologias existentes bem como seleccionar as melhores estratégias de intervenção terapêutica assentes em evidência científica.
ARTICULAÇÃO GLENO-UMERAL (GU) – ANÁLISE FUNCIONAL
É a articulação com maior mobilidade do complexo articular do ombro
(CAO), que permite movimentar a unidade funcional do braço em todos os planos do espaço tridimensional. É composta pela cabeça do úmero e pela cavidade glenóide da omoplata possuindo na sua periferia uma fibrocartilagem
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– labrum glenoideu - disposta de forma a aumentar a área de contacto e a congruência articular entre as duas superfícies articulares.
A cabeça umeral, relativamente à diáfise, está orientada para cima e para dentro (entre 130º e 150º) e ainda, para trás (entre 26º e 31º)