Cinemateca Brasileira - Restauro
A fase inicial de reconfiguração dos galpões, que data de 1989, foi idealizada por Lúcio Gomes Machado e Eduardo de Jesus Rodrigues. No entanto, desde o ano 2000 as intervenções passaram a ser coordenadas por Nelson Dupré. Com o ingresso de uma nova diretoria executiva na instituição, no final de 2003, dinamizaram-se as ações em várias áreas, entre as quais se incluiu a aceleração da recuperação física das instalações.
O núcleo da atual intervenção foi o edifício situado na lateral esquerda do conjunto. Em seu projeto, Dupré seguiu uma linha que não busca restaurar o que poderiam ser elementos originais da edificação. Ele preferiu assimilar e evidenciar as alterações realizadas ao longo dos anos. Houve sutileza na inserção do novo programa, que se mostra claro, sem entrar em conflito com o histórico. O vidro em extensas superfícies foi o material ao qual o arquiteto recorreu com mais freqüência para assinalar sua atuação.
O vidro em extensas superfícies foi o material ao qual o arquiteto recorreu com mais freqüência para assinalar sua atuação.
Nos acessos da Cinemateca Brasileira, Dupré substituiu os antigos portões (temos a foto de um) por vedação com vidro transparente.
A troca sinaliza, simbolicamente, que a instituição quer se expor - a cogitada ampliação da calçada frontal no largo em que se situa, em vias de ser aprovada pelo município, vai facilitar essa intenção. A solução de transparência foi também adotada na cobertura do percurso externo que conecta os três galpões do conjunto. Protegida no centro e com laterais vazadas para facilitar a circulação do ar, ela é fixada nas paredes com a ajuda de tirantes. No geral, é plana - a ligeira variação no formato na área de acesso deriva do que se supõe que fosse a cobertura original daquele trecho do matadouro.
No galpão onde se situam o salão de eventos e a Sala BNDES, além da área de apoio e da cozinha, as janelas laterais e frontais foram recompostas com esquadrias metálicas e vidros.