Cinema antigamente
2. A leitura da imagem fotográfica
Escrever sobre foto me parece algo paradoxal, mas necessário. Para podermos saber mais sobre esta linguagem é necessário sabermos quando e porque ela surgiu. Se observarmos historicamente saberemos que não foram um ou dois homens que a inventaram e sim ela que surgiu de uma necessidade, no início do século XIX, de se documentar e eternizar certos homens e certas situações de uma classe social.
Parece que a fotografia nasceu como um grifo, isto é, o que se fotografava, se valorizava, se perpetuava.
Com o tempo, os fotógrafos de antigamente foram aprendendo e ampliando o uso desta linguagem. As câmaras e materiais foram dando possibilidade da foto ir mais longe e falar sobre outras coisas.
A imagem fixa foi usada como um fim durante um bom tempo. Mas assim que se descobriu que atrás daqueles rostos dos primeiros retratos havia um certo mistério, um querer dizer, a foto tomou o seu verdadeiro rumo. Percebeu-se a sua força como uma linguagem universal e atemporal.
Talvez esteja aí a dificuldade que sentimos quando desejamos ler uma imagem, ficamos perdidos nesta complexidade de linguagem sem regras gramaticais e dependendo da nossa leitura e riqueza de visão de mundo.
Muitas pessoas relacionam o fazer boas fotos ao domínio de uma técnica e equipamento. Para mim foi mais fácil quando percebi que além deste lado objetivo, percebi o subjetivo e a inter-relação dos dois. O primeiro não é de domínio difícil, já o segundo, depende da cabeça, da vivência, da sensibilidade e o terceiro da criatividade.
Está nesta terceira hipótese todo o entendimento dessa linguagem. Quando se percebe que a foto é o que significa, passa-se a colocar toda a técnica a serviço da subjetividade.
Nossa postura hoje diante da documentação e expressão que a fotografia nos possibilita sofre a pressão dos