Cinco Lições de Psicanálise - primeira lição
No final dos anos de 1880, Sigmund Freud, com mais de 30 anos, é médico e professor. Decepcionado com as técnicas utilizadas na época para o tratamento das histerias – a eletroterapia – interessa-se pela hipnose. Era colega do médico Joseph Breur.
Breur tinha como paciente a chamada Bertha Pappenheim que sofria gravemente de histeria. Este caso que ficou conhecido celebremente como “Anna O.” inaugura a psicanálise em 1883.
A paciente, uma jovem de 21 anos, de altos dotes intelectuais, apresentava uma série de perturbações físicas e psíquicas mais ou menos graves: Paralisia espástica nas extremidades do lado direito (contração súbita e involuntária de músculos acompanhada de dor e distúrbio funcional); Perturbações dos movimentos oculares e alterações da visão; Dificuldade de manter a cabeça erguida; Tosse nervosa intensa; Repugnância pelos alimentos e impossibilidade de beber durante várias semanas; Redução da faculdade de expressão verbal; Estados de absence (ausências) acompanhadas de confusão, delírio e de alteração total da personalidade.
Freud propõe que este quadro é decorrente do sofrimento de violentos abalos emocionais. Uma afirmação inquietante para a época, uma vez que a medicina em questão estava envolvida com os órgãos físicos, concretos e objetivos. Propõe a ligação entre o surgimento da afecção quando a jovem tratava do seu pai o qual ela adorava e cuja doença era grave.
Todos conhecimentos de anatomia, fisiologia e patologia praticados na época pela medicina não eram capazes de explicar e tratar os fenômenos histéricos. Situação essa, que deixava os pacientes histéricos sem um prognóstico favorável ou otimista. Diferentemente da maioria o Dr. Breuer se abre para pesquisar a patologia sem intenção de cura.
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