Cigarra E A Formiga
La Fontaine
Tendo a cigarra cantado durante o verão,
Apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem mosca ou verme para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para agüentar
Até vir uma época mais quentinha!
- "Eu lhe pagarei", disse ela,
- "Antes do verão, palavra de animal,
Os juros e também o capital."
A formiga não gosta de emprestar,
É esse um de seus defeitos.
"O que você fazia no calor de outrora?"
Perguntou-lhe ela com certa esperteza.
- "Noite e dia, eu cantava no meu posto,
Sem querer dar-lhe desgosto."
- "Você cantava? Que beleza!
Pois, então, dance agora!"
TEXTO 2
A CIGARRA E A FORMIGA - Vejam uma releitura da fábula de La Fontaine:
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra, muito amigas. Durante todo o outono a formiguinha trabalhou sem parar armazenar comida para o período de inverno, não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem do bate papo com os amigos ao final do expediente de trabalho tomando uma cerveja, seu nome era trabalho e seu sobrenome, sempre. Enquanto isso a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos nos bares da cidade, não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu para valer sem se preocupar com o inverno que estava por vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar, era o inverno que estava começando. A formiguinha exausta entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca e quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu, sua amiga cigarra dentro de uma Ferrari com um maravilhoso casaco de vison.
E a cigarra falou para a formiguinha: “Olá amiga, vou passar o inverno em Paris, será que você poderia cuidar de minha toca?” E a formiguinha respondeu: “Claro, sem problema, mas o que lhe aconteceu que você vai para Paris e está com esta Ferrari?” No que a cigarra responde: